O ativista Lester Shum é levado por policiais em Hong Kong no dia 6 de janeiro de 2020 — Foto: Tyrone Siu/Reuters
Operação teve como alvo ex-parlamentares pró-democracia e jovens ativistas envolvidas em organização de primárias não oficiais para escolher candidatos para eleições legislativas.
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Mais de 50 pessoas são detidas em Hong Kong com base na nova lei de segurança nacional
A operação teve como alvo ex-parlamentares pró-democracia, como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, além de ativistas mais jovens. Duas delas confirmaram as prisões no Facebook: a ex-jornalista Gwyneth Ho, de 30 anos, e a vereadora Tiffany Yuen, de 27.
Pessoas próximas de Joshua Wong – uma das figuras mais conhecidas do movimento pró-democracia e que atualmente está preso – relataram em sua conta no Facebook que a casa dele foi vasculhada durante a operação.
A polícia de Hong Kong não respondeu a perguntas sobre a operação, o número de pessoas presas ou os motivos das detenções.
Mais de 600 mil cidadãos de Hong Kong votaram nessas primárias não oficiais, que tinham o objetivo de escolher candidatos para as eleições legislativas do território, em uma assembleia em que apenas metade dos 70 assentos são eleitos pelo povo.
Autoridades de Pequim alegaram que fazer campanha por uma maioria era “subversão”, citando a nova lei de segurança, imposta em junho de 2020 em resposta às grandes e violentas manifestações de 2019.
Sanções na Europa
A União Europeia exigiu, nesta quarta-feira, a “libertação imediata” dos cerca de 50 opositores detidos em Hong Kong, e informou que analisa possíveis sanções contra a China por conta da sua intervenção neste território semi-autônomo.
“Pedimos a libertação imediata dos presos”, disse Peter Stano, porta-voz diplomático do bloco. “Vamos reagir à aplicação da lei de segurança para sufocar a oposição com sanções, se assim for aceito pelos países membros da União Europeia.”
Politibola com informações da France Presse
Por Ailton Cavalcanti