Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Jair Bolsonaro voltou a se eximir de culpa pela falta de oxigênio em Manaus. O estado vive uma crise aguda de casos de covid-19 e sofre com a morte de pacientes pelo desabastecimento de oxigênio, tendo sido obrigado a transferir doentes para outros estados diante da calamidade. O chefe do Executivo alegou que a situação ocorreu por “luta de poder” e disse que cabe aos secretários sinalizar a falta de um medicamento ou insumo hospitalar. A declaração foi feita a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada.

“Você vê. Tem um problema em Manaus. A gente lamenta as mortes por asfixia, por falta de oxigênio, culpam o governo. Nós destinamos bilhões para os estados. Agora quem detecta a falta de medicamento, a ausência é o respectivo secretário de Saúde estadual e municipal. Daqui a pouco vai faltar band-aid no Rio de Janeiro e vão querer me culpar. Mas não tem problema, não. A gente sabe que é a luta pelo poder. Nós passamos um ano completamente atípico de 2020, muita coisa queria fazer, não fiz por falta de recurso”, justificou.
Segundo a Folha de S. Paulo, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, foi avisado ao menos quatro dias antes da crise sobre a escassez crítica de oxigênio no estado por integrantes do governo do Amazonas e pela empresa que fornece o produto. Porém, o ministro não tomou as providências necessárias para garantir o fornecimento do material, de acordo com a publicação.
 
Ajuda venezuelana
No último dia 14, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu oxigênio hospitalar produzido no país e enviou ajuda para tentar amenizar o colapso no sistema de saúde de Manaus. Bolsonaro, que é crítico do país, afirmou que vai aceitar a ajuda, mas que Maduro “poderia oferecer auxílio emergencial para a população de lá também”.
“Agora se fala que a Venezuela está fornecendo oxigênio para Manaus. É White Martins, é uma empresa multinacional que está lá também. Agora, se o Maduro quiser fornecer oxigênio para nós, vamos receber, sem problema nenhum. Agora, ele poderia dar auxílio emergencial para o seu povo também. O salário mínimo lá não compra meio quilo de arroz. Não tem mais cachorro lá, por que será? Alguma peste? Comeram os cachorros todos. Comeram os gatos todos”, alfinetou.
Bolsonaro ainda teceu críticas a aparência de Maduro e seu peso. “Vem uns idiotas, eu vejo aí, elogiando ‘olha o Maduro, que coração grande ele tem’. Realmente, daquele tamanho, 200 quilos, dois metros de altura, o coração dele deve ser muito grande. Nada mais além disso”, disse rindo com apoiadores.
Politibola com informações do Correio Braziliense
Por Ailton Cavalcanti