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CEO do Instituto Serum, Adar Poonawalla, havia dito no domingo (3) que não seria possível venda a outros países até março

Os dois laboratórios farmacêuticos da Índia que encabeçam a produção de vacinas contra a covid-19 no país, Instituto Serum da Índia e Bharat Biotech, emitiram um comunicado conjunto nesta terça-feira (3) em que abrem caminho para a exportação de imunizantes para outros países.

“Comunicamos nossa intenção de desenvolver e fornecer vacinas contra a covid-19 para a Índia e globalmente. O mais importante é salvar vidas e população de meio de subsistência na Índia e no mundo. Vacinas são um bem público de saúde mundial e têm o poder de salvar vidas e acelerar a normalidade da economia”, diz a nota.

“Agora que os Estados Unidos encomendou doses para uso emergencial, o foco será na fabricação, fornecimento e distribuição de modo que a população que mais precisa receba vacinas com qualidade, segurança e eficácia. Temos consciência da importância da vacina para as pessoas e os países e comunicamos nossa promessa conjunta de fornecer acesso global a nossas vacinas contra a covid-19”, complementa.

Segundo Adar Poonawalla, CEO do Instituto Serum, o comunicado conjunto tem o objetivo de esclarecer uma confusão relacionada ao domínio público da vacina. “As exportações de vacinas são permitidas para todos os países”, afirmou.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar 2 milhões de doses da vacina de Oxford produzida na Índia a fim de realizar a imunização no Brasil contra a doença ainda este mês. As vacinas seriam compradas prontas do Instituto Serum, da Índia, segundo a Fiocruz. Mas o Instituto havia afirmado para agências de notícias internacionais no domingo (3) que só permitiria as exportações a partir de março.

Diante disso, a Fiocruz recorreu ao Ministério das Relações Exteriores para tentar garantir as primeiras doses da vacina. A fundação depende da importação da vacina de Oxford até a metade do ano, quando terá condições de produzir o imunizante na unidade de Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro.

O Instituto Serum é o maior produtor de imunobiológicos do mundo, que fabrica, inclusive, a vacina tríplice viral utilizada no Brasil. O objetivo do governo indiano, segundo Poonawalla havia declarado no domingo (3), era garantir as primeiras 100 milhões de doses de produção local. A determinação também impedia a comercialização do imunizante no mercado privado.

“Só podemos dar [as vacinas] ao governo da Índia no momento”, disse, acrescentando que a decisão também havia sido tomada para evitar o encarecimento do imunizante.

A vacina de Oxford começou a ser aplicada nesta segunda-feira (4) no Reino Unido. O governo brasileiro tem acordo para a compra de doses. A previsão é que a Fiocruz solicite uso emergencial da vacina no Brasil para a Anvisa até esta quarta-feira (6). Já o pedido de registro deve acontecer até o dia 15, segundo a fundação.

Já o laboratório indiano Bharat Biotech, que desenvolve a vacina Covaxin, que recebeu autorização para uso emergencial na Índia no sábado (2), ofereceu o imunizante ao Ministério da Saúde. Clínicas privadas brasileiras manifestaram interesse na compra da vacina contra a covid-19.

Politibola com informações do R7
Por Ailton Cavalcanti