Um dia após o início da vacinação em massa na União Europeia, a Pfizer adiou a entrega de vacinas contra o coronavírus para oito países europeus nesta segunda (28), por causa de problemas relacionados à temperatura necessária para manter o produto durante o transporte. A informação foi dada pelo Ministério da Saúde da Espanha, um dos países afetados. O problema mostra as dificuldades logísticas dos imunizantes que usam a tecnologia empregada pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna, que usam matérial genético (RNA) do vírus: eles precisam ser armazenadas em temperaturas de menos 70 graus Celsius e transportadas até os centros de distribuição em caixas térmicas cheias de gelo seco, projetadas especialmente para o produto. Fora das temperaturas ultrabaixas, a vacina permanece efetiva por cinco dias, desde que mantida entre 2 e 8 graus Celsius (temperatura de geladeiras comuns).
Consultada, a fabricante ainda não havia se manifestado até as 12h (horário local, 8h no Brasil), mas o governo espanhol disse ter sido informado de que o problema já havia sido resolvido. A entrega programada para esta segunda seria realizada na terça, segundo o ministério. A Espanha espera receber 350 mil doses semanais durante 12 semanas. No total, o país contratou 4.591.275 doses da vacina da Pfizer, suficientes para imunizar quase 2,3 milhões de pessoas, na primeira das três fases da estratégia de vacinação, que começou neste domingo. O país, um dos mais afetados pela pandemia na Europa, com 50 mil mortes e mais de 1,8 milhão de casos, vai priorizar na primeira fase quatro grupos de cidadãos: residentes e funcionários de asilos de idosos e instituições de deficientes, funcionários da linha de frente do sistema de saúde, outros profissionais de saúde e idosos não institucionalizados. O governo espanhol disse não saber quais os outros sete países afetados pelo atraso.

Na Alemanha, governos locais também reportaram atraso na vacinação após relatos de problemas com a temperatura durante o transporte. O país começou sua campanha de vacinação no sábado (26), um dia antes do inicialmente planejado pela Comissão Europeia, assim como Hungria e Eslováquia. Espanha, França, Itália, Áustria e República Tcheca, entre outros, começaram a imunização no domingo.

A Bélgica, que lidera o ranking de mortes por habitante no mundo (165 por 100 mil habitantes), iniciou seu programa de vacinação nesta segunda em lares de idosos, foco da maior parte dos óbitos por Covid-19 no país. Os primeiros a receber o imunizante são Jos Hermans, 96, da região que fala flamengo, e Josepha Delmotte, 102, da região que fala francês.

 

Politibola com informaçõeos da Folhapress
Por Ailton Cavalcanti