Barco teria partido do estado de Sucre, na Venezuela, com destino a Trinidad e Tobago. Segundo um parlamentar do estado venezuelano, a embarcação foi “supostamente detida em Trinidad e Tobago, e devolvida à Venezuela”.
Durante uma patrulha rotineira, um barco da Guarda Costeira da Venezuela encontrou no sábado os primeiros 11 cadáveres a 7 milhas náuticas (13 km) da costa de Güiria, uma cidade remota no estado de Sucre (noroeste), de onde normalmente saem barcos com venezuelanos que tentam migrar para Trinidad e Tobago.
“Hoje (13), em acompanhamento aos acontecimentos ocorridos, encontramos 3 mortos na praia, 2 homens adultos e 1 mulher”, informou o Ministério de Relações Internas da Venezuela em nota
O governo venezuelano destacou que “até agora não se sabe se algum cidadão manifestou o desaparecimento de um familiar”, e não confirmou as estimativas de pessoas a bordo do barco que naufragou.
A Guarda Costeira de Trinidad e Tobago disse anteriormente que informações preliminares sugeriam que o barco partiu “em 6 de dezembro com mais de 20 pessoas” a bordo, de acordo com um comunicado.
No entanto, nem a polícia judiciária, nem o governo central respondeu aos pedidos da AFP para confirmar o incidente. O deputado da oposição Robert Alcalá, que representa o estado de Sucre, disse, com base em um boletim de ocorrência a que teve acesso, que os corpos estavam amarrados uns aos outros, aparentemente porque as pessoas tentaram se proteger no meio das ondas fortes, e em estado avançado de decomposição.
Os corpos foram transferidos para um cais da Guarda Nacional em Güiria e de lá para um necrotério na capital do estado, Cumaná, para identificação.
De acordo com o boletim que o legislador enviou à AFP, os corpos de quatro mulheres, quatro homens, dois meninos e uma menina foram resgatados no sábado.
O parlamentar argumenta que as viagens ilegais a Trinidad e Tobago não foram interrompidas devido à cumplicidade das autoridades, que permitem as saídas clandestinas, muitas vezes em barcos precários e com excesso de peso.
“Todas as forças de segurança estão na tarefa de investigar esses eventos, então não descartamos que haja uma ligação com as gangues criminosas da área”, disse o Ministério do Interior em seu comunicado.
Em 28 de novembro, as autoridades de Trinidad e Tobago deportaram 160 venezuelanos depois de acusá-los de entrar “ilegalmente” no país, poucos dias depois de uma polêmica repatriação por mar que incluía 16 menores.
A ONU estima que mais de cinco milhões de venezuelanos deixaram seu país desde 2015, forçados pela crise econômica e social, dos quais cerca de 25.000 escolheram Trinidad e Tobago como destino.
Politibola com informações da France Presse