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Adriano Machado/Reuters – 15.07.2020

O vice falou nesta sexta com jornalista e deu o exemplo da febre amarela, em que para viajar para alguns lugares, é necessário ter sido imunizado

O vice-presidente Hamilton Mourão falou com jornalistas na manhã desta sexta-feira (18) e disse achar “normal” a decisão do STF de autorizar medidas restritivas a quem se recusar a tomar a vacina contra a covid-19. Segundo ele, é claro que ninguém será “agarrado à força” para tomar a vacina, mas ter que ser vacinado para determinadas doença é algo que já existe há muito tempo.

Leia mais: Brasil tem 7,11 milhões de casos de covid e 184,8 mil mortesO vice deu o exemplo da vacina para febre amarela, em que o cidadão só pode viajar para determinados locais se estiver vacinado. Outro exemplo dado foi em relação ao ingresso em serviços públicos, como o exército.Veja também: ‘Estou angustiado também, quero ser vacinado’, diz Mourão

“Em alguns momentos, poderão ocorrer medidas, como por exemplo para ingressar em serviço público. Aqui nas Forças Armadas, para ingressar, tem que apresentar o certificado de algumas vacinas. Então isso poderá ocorrer num futuro, é normal. O que está sendo feito é muita agitação em torno de algo que já é normal na nossa vida”, avaliou Mourão.

Perguntado se será realmente inviável vacinar toda a população em 2021, o vice-presidente afirmou que a estimativa prevista pelo Ministério da Saúde é o suficiente para atingir a “imunidade de rebanho”. “O que se calcula é que no ano que vem nós conseguiríamos vacinar 150 milhões de pessoas e isso levaria a tal imunidade de rebanho. Essa é a visão que o ministro da Saúde tem colocado seguidamente, então não vejo problema”, disse.

Mourão ainda disse que só será vacinado por um imunizante comprovadamente eficiente e eficaz. “Sou velhinho, não posso dar mole”, brincou o vice.

Demora do governo e mudança de postura

Com as notícias de diversos lugares no mundo iniciando a vacinação na população, o que deixaria o Brasil para “trás”, Mourão ponderou que estão sendo vacinadas poucas pessoas, e que o Brasil tem que aguardar para ter o produto na mão.

“O Reino Unido vacinaram quantas pessoas? 190 mil, segundo dados que eu tenho aí. Os EUA também vacinando poucas pessoas. Vacina emergencial é para determinados grupos, principalmente o pessoal da saúde e os mais idosos. Nós temos que aguardar que tenhamos todo o produto na mão, tendo o produto, a gente começa”, pontuou.

Ao ser questionado sobre uma possível mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro, Mourão afirmou que o Chefe do Executivo tem uma grande sensibilidade para saber quando direcionar um discurso para todo o Brasil.

“Eu vejo que o presidente tem uma sensibilidade muito grande. As vezes vocês podem achar que não, mas ele tem. Então, em determinado momento ele entende que é hora de fazer um determinado tipo de discurso para toda a nação, e não os discursos particulares que nem ele realiza em determinados momentos”, completou o vice-presidente antes de se despedir dos jornalistas.

Politibola com informações do R7