O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente americano Donald Trump, em 10 de novembro de 2018, no Palácio do Eliseu. — Foto: Vincent Kessler/Reuters
Medida deve afetar empresas como Google, Amazon, Facebook e Apple. País decidiu aplicar tributo apesar de ameaças dos Estados Unidos de sobretaxar produtos franceses.
“As empresas sujeitas a este imposto receberam uma notificação fiscal para os pagamentos de 2020”, disse uma autoridade do Ministério, se referindo à tributação relativa aos gigantes de internet – Google, Amazon, Facebook e Apple.
Segundo o jornal britânico “Financial Times”, Facebook e Amazon estão entre as empresas que receberam uma notificação nos últimos dias.
Com esta decisão, a França se expõe a sanções dos Estados Unidos, em meio à transição entre o presidente eleito Joe Biden e o presidente em final de mandato, Donald Trump.
Trump já havia decidido sobretaxar em 25% os vinhos franceses, em retaliação aos subsídios recebidos pelo fabricante europeu de aviões Airbus.
Em julho de 2019, o Parlamento francês aprovou um imposto de 3% sobre o volume de negócios dos gigantes digitais, fazendo da França uma pioneira na tributação de grandes grupos digitais.
Em julho de 2019, a França aprovou imposto sobre ganhos de gigantes da tecnologia Washington, que considera esse imposto discriminatório contra as empresas americanas, ameaçou a França com a aplicação de taxas alfandegárias de 100% sobre certos produtos franceses, como queijo, ou produtos de beleza.
Em janeiro deste ano, porém, os dois aliados acertaram uma trégua para dar às negociações lideradas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) uma chance de criar um imposto global sobre as multinacionais. Paris então congelou seus impostos, e Washington se absteve de impor sanções.
Essas negociações fracassaram em outubro, anulando a trégua.
“Havíamos suspendido a arrecadação do imposto até que as negociações da OCDE fossem concluídas. Essas negociações fracassaram, então, em dezembro próximo, vamos cobrar um imposto dos gigantes digitais”, declarou o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, em meados de outubro.
Politibola com informações da Reuters