Aos meus sessenta e sete anos, tenho muito mais o que recordar do que expectativas, com este futebol praticado atualmente pelo Brasil e pelo mundo. Há comentaristas esportivos, cronistas e até torcedores que afirmam que esse futebol moderno é melhor do que há 50 / 60 anos. Aqueles que se expressam dessa maneira apenas ouviram falar, mas não entenderam o que ouviram ou não quiseram escutar.
O futebol praticado em décadas passadas especialmente nas décadas de Cinquenta a Oitenta eram um espetáculo da paixão pela criatividade individual agregada ao coletivo sem o estrelismo produzido pelo mercado financeiro, por um marketing lucrativo onde o atleta é mais rentável fora de campo em sua participação na mídia e até pelo número de tatuagens, brincos e penteados exterioticos…
Nesse período que recordamos, o futebol enchia os estádios até então desconfortáveis, em pé, sentado no cimento, cadeira ou camarotes, tudo isso era algo irrelevante para assistir ao espetáculo apaixonante que não dava tempo e espaço para organizações e confusões entre castas, níveis sociais, credo ou qualquer idealismos. O que realmente o torcedor deseja era se lambuzar com a genialidade dos artistas da bola em um espetáculo teatral em dois atos. Ao ponto de unir os torcedores diversos em campos de várzea e em preliminares de categoria de bases.
Como se explica uma população de 80.000.000 de habitante lotar os estádios com mais de 200.000 torcedores (Maracanã) e acima 100/120/130.000 em vários estádios pelo País. Hoje o especulo e medíocre devido aos interesses escárnios, que não levam público equivale, mesmo com uma população em torno de duzentos e dez milhões.
Não temos mais futebol, as arenas poderiam ser consideradas pelourinhos modernos da escravatura; ou sala de leilões sofisticadas da época atual.
A QUE SAUDADES DO FUTEBOL NO PAÍS DO FUTEBOL…
Politibola por Dario Rodrigues