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Foram registrados 587 óbitos e 51.922 pessoas infectadas pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde
Brasil tem mais de 5,5 milhões de recuperados da doença
Sebastião Moreira/EFE – 26.08.2020
O Brasil registrou neste sábado (28) 51.922 novos casos e 587 mortes por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, segundo informações do Ministério da Saúde.
Com a atualização, o País passa a acumular 172.561 óbitos e 6.290.272 casos desde a primeira notificação da doença em território nacional, registrada em 26 de fevereiro.
Ainda de acordo com os dados do governo, 5.562.539 pessoas se curaram da covid-19 e outros 555.172 casos estão em acompanhamento. A taxa de letalidade da infecção no Brasil é de 2,8% e os óbitos acumulados corresponde a 82 a cada 100 mil habitantes.
Os Estados mais afetados pela doença continuam a ser São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que respondem por um terço dos casos e mais de 40% das mortes.
O Reino Unido se prepara para aprovar a vacina da Pfizer contra a covid-19 dentro de alguns dias, segundo conta o jornal Financial Times. Será, assim, o primeiro país ocidental a ter o medicamento. A vacina é produzida pela BioNTech, da Alemanha, em parceria com a Pfizer.
Após a aprovação, o imunizante começará a ser distribuído quase que imediatamente, segundo o governo britânico. Com isso, a população deve começar a ser vacinada já no próximo dia 7 de dezembro. Segundo as duas empresas, o medicamento chega a 95% de eficácia.
As vacinas seriam normalmente autorizadas pela Agência Europeia de Medicamentos até o final da transição Brexit, em 31 de dezembro. No entanto, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido tem o poder de autorizar temporariamente os produtos, em casos de necessidade pública urgente.
O mesmo processo poderia ser aplicado à vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. Na sexta-feira (27), o governo escreveu ao regulador, pedindo que revisse a vacina AstraZeneca-Oxford. A Rússia aprovou uma vacina contra o coronavírus em agosto, mas isso não foi baseado em dados de testes em grande escala.
A BioNTech e a Pfizer enviaram no início deste mês dados do estudo de fase 3 em grande escala, que envolveu mais de 43.000 pessoas, ao US Food and Drug Administration (FDA), a agência que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos. Uma aprovação emergencial dos EUA pode ocorrer entre 8 e 10 de dezembro, com os embarques em todo o país a partir de 24 horas após o anúncio, de acordo com relatos da mídia americana.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o FDA por aprovações rápidas para ajudá-lo a garantir a reeleição. Os reguladores, no entanto, mantiveram sua posição.
Por que o DIU hormonal pode dar espinhas, como em Marília Mendonça?
A cantora Marília Mendonça contou que está sofrendo com o aparecimento de acne causada pelo uso do método crataceptivo DIU (dispositivo intrauterino) Mirena.
“A tal da mulher sofre mesmo, né? Tô usando vários produtos pra conter o estrago que o uso do Mirena tá me causando com relação às espinhas. Pior que nem tenho como trocar… meu fluxo é altíssimo!”, escreveu no Twitter.
De acordo com o ginecologista Alexandre Pupo, dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, a maioria dos casos em que pacientes relatam o surgimento de espinhas não estão diretamente relacionados ao dispositivo, mas sim a mudança de método contraceptivo.
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“Muitas mulheres que mudam para o DIU antes usavam métodos essencialmente hormonais, como a pílula e o anel vaginal, que bloqueiam a ação dos ovários. Quando deixam de utilizar esse método e os ovários voltam a funcionar, as mulheres ficam sujeitas a alterações hormonais naturais que ocorrem antes e depois da ovulação”, explica.
“Essa variação gera oleosidade, que causa espinhas. Mas mesmo que a mulher estivesse sem o DIU, a pele dela responderia dessa forma, se parasse de usar a pílula”, exemplifica.
O especialista acrescenta que outra possibilidade que pode levar ao surgimento de acne é a liberação de progesterona artificial pelo próprio DIU. Entretanto, ele afirma que deve ocorrer em menos de 10% dos casos, conforme as experiências que observa em seu próprio consultório.
“Eventualmente, a progesterona pode aumentar a oleosidade da pele em pessoas que são muito sensíveis em relação a esse hormônio. Mas a quantidade que circula pela corrente sanguínea é muito pequena. A maioria se restringe ao útero”, pondera.
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É a ação dessa progesterona artificial, chamada levonorgestrel, que reduz o fluxo menstrual. “Esse hormônio impede que o endométrio, tecido que reveste o útero e descama quando a mulher não engravida, se desenvolva”, descreve.
Segundo ele, esse efeito de atrofiar o endométrio faz com que quatro em cada cinco mulheres que colocam o DIU parem de menstruar em um prazo de até seis meses após o implante.
Pupo esclarece que, como qualquer outro DIU, o Mirena é um método de barreira, que diminui a probabilidade de contato entre o óvulo e o espermatozoide. Além disso, como já mencionado, ele libera progesterona ao longo de cinco anos.
“O hormônio, além de atrofiar o endométrio, o torna hostil ao espermatozoide e ao óvulo. Ele também vai agir nas células presentes no colo do útero, dificultando a entrada do gameta masculino”, detalha.
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“É o método contraceptivo de maior eficácia disponível no mercado: 99,5%, equivale à laquadura, e tem duração de cinco anos”, compara.
O ginecologista destaca a importância da orientação profissional na hora de optar por qualquer meio de prevenção à gravidez. “Em princípio, não há contraindicação para o DIU, mas é aconselhável que isso sempre seja discutido com o médico e que [a paciente] relate se tiver tumor sensível a hormônio, como o de mama ou histórico de trombose”, orienta.
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SP: com covid-19, Boulos (PSOL) deixará de votar neste domingo (29)
Guilherme Boulos (PSOL) contraiu covid-19ARNALDO NUNES / FUTURA PRESS / ESTADÃO CONTEÚDO – 27.11.2020O candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, está de quarentena por ter contraído o novo coronavírus e deixará de votar neste domingo (29), dia de votação no 2º turno das Eleições Municipais 2020.
O teste positivo de Boulos foi divulgado na sexta-feira (27) pela equipe de campanha. O candidato está assintomático.
Boulos participou de encontro com a deputada Sâmia Bonfim, do mesmo partido, no dia 20. Na segunda (23), a campanha foi informada que ela havia contraído a doença. Diante da informação, “Boulos suspendeu as atividades de rua, dedicou-se a agendas em locais reservados e com público restrito”, informa a assessoria de campanha.
Cuidados com o coração: entidades brasileiras lançam orientações sobre volta aos exercícios após infecção pelo coronavírus
Especialistas sugerem que todos recuperados façam uma avaliação médicaGetty Images/BBC BrasilLevantamentos realizados ao redor do mundo calculam que até 16% dos pacientes com covid-19 apresentam algum tipo de complicação cardíaca. Os danos ao coração independem do grau da doença: mesmo os quadros mais leves podem trazer prejuízos ao sistema cardiovascular.
O problema é que, muitas vezes, essa sequela no peito não dá sintoma algum e a pessoa só vai sentir suas consequências ao exigir um trabalho extra do sistema cardiovascular.
Isso acontece, por exemplo, durante uma atividade física: o coração precisa bater mais para bombear sangue aos músculos e, se tiver com algum dano provocado pelo coronavírus, pode funcionar mal e até pifar.
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Foi para evitar que isso aconteça que a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) fez uma parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para lançar a primeira diretriz sobre o retorno aos exercícios com segurança após a covid-19.
“Sentimos a necessidade de orientar nossos colegas médicos e toda a população que faz alguma atividade física sobre como minimizar qualquer problema”, justifica a médica Cléa Simone Colombo, representante da SBC e uma das autoras do documento recém-lançado.
Entre as recomendações mais importantes, o destaque é marcar uma consulta com um médico, que vai pedir alguns exames cardiológicos antes de liberar a realização de qualquer esforço mais intenso.
Mas como o coronavírus afeta o coração?
Foi-se o tempo em que a covid-19 era encarada apenas como uma doença respiratória. Hoje em dia, sabe-se que ela não se limita aos pulmões e tem diversas repercussões no organismo, com ataques ao intestino, aos rins, ao cérebro e, claro, ao coração.
No músculo cardíaco, o Sars-CoV-2, vírus responsável pela pandemia atual, tem uma ação direta e indireta. Em primeiro lugar, o patógeno pode se alojar ali e devastar as células do órgão.
Segundo, a infecção gera uma resposta desmedida do sistema imune. Isso, por sua vez, leva a um estado de inflamação que prejudica o funcionamento de várias partes do corpo (entre elas, o próprio sistema cardiovascular).
“Esses processos podem levar a uma miocardite, com o surgimento de áreas com cicatrizes e fibroses que estão relacionadas a arritmias”, desvenda o médico Marcelo Leitão, ex-presidente da SBMEE e outro responsável pela diretriz recém-publicada.
A arritmia nada mais é do que um descompasso nas batidas que permitem o coração contrair para bombear sangue pelas artérias. Num momento de esforço, o órgão precisa trabalhar com muita rapidez e eficiência, já que aumenta a demanda por oxigênio e nutrientes do corpo inteiro.
É exatamente numa situação dessas em que esse desajuste cardíaco pode dar as caras. “A miocardite é uma das causas de morte súbita mais frequentes”, observa Colombo.
Estima-se que um piripaque desses possa acontecer até 60 dias após o diagnóstico e a recuperação da covid-19.
Os estudos feitos durante a pandemia mostram que as complicações cardiovasculares relacionadas ao coronavírus aparecem mesmo nos quadros mais leves. A infecção pode ser um fator que piora uma doença cardíaca pré-existente, mas também é o gatilho para o surgimento de uma enfermidade no peito em cerca de 12% dos pacientes.
Aplicativos ajudam a conectar professores e alunos nas sessões de exercíciosGetty Images/BBC BrasilComo se proteger?
O documento assinado pelas duas sociedades médicas é taxativo: antes de voltar a praticar qualquer esporte, todo mundo que teve covid-19 precisa passar por uma avaliação médica. “O profissional vai analisar o quadro de acordo com a gravidade da infecção, fazer um exame físico no consultório e pedir alguns testes complementares”, descreve Leitão.
Os especialistas indicam que todos os recuperados realizem ao menos o eletrocardiograma, um exame simples que mede como está a atividade elétrica do coração — que é responsável por regular os batimentos deste músculo.
Agora, para os casos mais graves ou para os atletas profissionais e praticantes de esportes competitivos, o check-up depois da covid-19 precisa ser mais completo.
Além do eletrocardiograma, a diretriz lista outros exames, como a dosagem no sangue da troponina (uma proteína que fica alterada quando o coração não está bem), o teste ergométrico (aquele feito numa esteira para medir a resistência física, cardíaca e pulmonar), o holter (que mede a pressão arterial durante 24 horas) e até uma ressonância magnética.
Se os resultados estiverem ok, a pessoa está liberada para retomar os treinamentos. Caso apareça alguma alteração ou seja diagnosticada a tal da miocardite, é importante aguardar mais um pouco. “Geralmente o paciente precisa ficar entre três e seis meses de repouso e fazer algumas reavaliações nesse meio-tempo para ver como a situação evolui”, diz Colombo.
O recomeço e os cuidados básicos
Para aqueles que receberam o sinal verde para voltar à academia, à pista, ao ginásio ou aos gramados, é importante pegar leve no início. Não dá pra empregar o mesmo ritmo de antes da pandemia, pois o corpo está desacostumado e perdeu condicionamento nos últimos meses.
“O retorno precisa ser gradativo e vale fazer um fortalecimento muscular antes de partir para o treinamento aeróbico, como correr ou andar de bicicleta”, sugere Colombo. Ter a orientação de um profissional de educação física é ainda mais essencial neste momento.
Não custa reforçar também as medidas básicas de proteção contra o coronavírus. Procure fazer exercícios em casa ou em lugares abertos, como parques, praças e clubes, com boa circulação de ar.
Se você for à academia, prefira horários com menos movimento e verifique circulação de arGetty Images/BBC BrasilAs dicas continuam: use máscaras antes e após o treino. Não pare para conversar com outras pessoas e mantenha sempre uma distância mínima de 2 metros dos outros praticantes de exercícios. Por fim, lave as mãos com água e sabão e desinfete objetos que vá utilizar no treino com álcool em gel ou álcool 70%.
Essas recomendações continuam a valer mesmo se você já teve covid-19, pois ainda não se sabe ao certo quanto tempo dura a imunidade contra o coronavírus e há sempre o risco de levar e transmitir o agente infeccioso para as pessoas ao seu redor.
Cabe uma reavaliação?
“Se, durante ou após o exercício, você sentir muito cansaço e estiver com palpitação, falta de ar ou dor no peito, consulte um profissional de saúde novamente”, destaca Leitão. Esses podem ser sinais de algo errado no sistema cardiovascular.
Caso esteja tudo bem e o ritmo das atividades está evoluindo sem percalços, os especialistas das duas sociedades médicas pedem que todo mundo passe por uma reavaliação dois ou três meses após a liberação inicial. Assim, é possível ter certeza que não surgiram novos problemas.
Afinal, ainda há muita coisa que não se sabe sobre o coronavírus e seus efeitos em longo prazo. Para evitar surpresas desagradáveis no coração, o melhor caminho é sempre ter cuidado em dobro.