Eleitores decidem por ampla maioria que o Chile vai ter uma nova constituição
Eleitores decidem por ampla maioria que o Chile vai ter uma nova constituição

Com 99,8% das urnas apuradas, os resultados apontavam 78,2% dos votos como favoráveis a uma nova Constituição. Além disso, 79% preferiam que o texto seja debatido por uma nova comissão a ser eleita posteriormente.

Manifestantes comemoram vitória do 'sim' para nova Constituição no Chile, após plebiscito neste domingo (25). — Foto: REUTERS/Ivan Alvarado

Manifestantes comemoram vitória do ‘sim’ para nova Constituição no Chile, após plebiscito neste domingo (25). — Foto: REUTERS/Ivan Alvarado

Logo após o fechamento das urnas, centenas de manifestantes voltaram à Praça Itália, em Santiago. O local se tornou um símbolo dos protestos que tomaram o Chile em 2019 e que levaram à proposta de uma nova Constituição (leia mais sobre as manifestações no Chile no fim da reportagem).

Chilenos participam de ato na Praça Itália, em Santiago, neste domingo (25) após plebiscito que aprovou nova Constituição para o Chile — Foto: Esteban Felix/AP Photo

Chilenos participam de ato na Praça Itália, em Santiago, neste domingo (25) após plebiscito que aprovou nova Constituição para o Chile — Foto: Esteban Felix/AP Photo

Com a decisão deste domingo, os chilenos devem escolher quem comporá a comissão constituinte. Depois que o novo texto for debatido e aprovado por esse grupo, outro plebiscito — provavelmente em 2022 — decidirá se o Chile adotará ou não a nova Constituição.

Em pronunciamento, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, elogiou o processo eleitoral. “Hoje, triunfaram a cidadania, a democracia e a paz sobre a violência”, afirmou.

Protesto na Praça Itália, em Santiago, neste domingo (25) de plebiscito sobre nova Constituição para o Chile — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

Protesto na Praça Itália, em Santiago, neste domingo (25) de plebiscito sobre nova Constituição para o Chile — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

“Uma nova Constituição nunca parte do zero”, acrescentou o presidente.

Sebástian Piñera, presidente do Chile, vota em plebiscito sobre a nova Constituição do país neste domingo (25) — Foto: Marcelo Segura/Cortesia da Presidência Chilena/Handout via Reuters

Sebástian Piñera, presidente do Chile, vota em plebiscito sobre a nova Constituição do país neste domingo (25) — Foto: Marcelo Segura/Cortesia da Presidência Chilena/Handout via Reuters

“São resultados bem contundentes. Ainda estamos com percentuais baixos, mas a tendência é claríssima. A democracia é assim e creio que o processo deve seguir adiante”, disse Coloma.

A atual Constituição data da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), mas sofreu emendas e modificações que a tornam bem diferente do texto formatado pelos militares décadas atrás.

Protestos no Chile

Manifestantes lotam a Praça Itália, em Santiago, neste domingo (25) de plebiscito sobre nova Constituição para o Chile — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

Manifestantes lotam a Praça Itália, em Santiago, neste domingo (25) de plebiscito sobre nova Constituição para o Chile — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

A proposta de uma nova Constituição surgiu depois que protestos se espalharam por todo o Chile em outubro de 2019. Manifestações que começaram como um descontentamento pelo aumento no preço da passagem de metrô logo se transformaram em uma revolta generalizada com a classe política chilena.

Com os protestos e a violência policial, a popularidade de Piñera despencou. O presidente, então, propôs medidas paliativas para lidar com os manifestantes, até que os pedidos por uma nova Constituição tomaram corpo. Assim, com apoio do Parlamento, o Chile decidiu fazer um plebiscito para decidir se muda a Carta Magna.

Mesmo com a pandemia e com a decisão de se fazer um plebiscito, os movimentos sociais no Chile não retrocederam — inclusive com cenas de violência e depredação. Na semana passada, o incêndio de uma igreja em Santiago causou revolta no país, mesmo entre apoiadores dos protestos e de uma nova Constituição.

Politibola com informaçoes do G1