Arquidiocese da Paraíba emite nota sobre o caso do padre Luciano Lustosa, que administra uma paróquia no município do Conde. (Foto: Walla Santos)
Após condução do padre Luciano à Delegacia de Alhandra por pintura de cruzeiro, Arquidiocese da Paraíba se manifesta com indignação e pede respeito às instituições religiosas
Após condução coercitiva do padre Luciano Lustosa, que administra a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, que fica no município do Conde, no dia 03 de outubro, à Delegacia de Alhandra, a Arquidiocese da Paraíba manifestou com indignação e pede respeito às instituições religiosas. A nota foi publicada na tarde desta quarta-feira (07).
Conforme a nota, a Arquidiocese da Paraíba estranhou que um padre tivesse sido abordado por agentes públicos no argumento de que teria cometido crime de desobediência, mas sem apresentar determinação judicial do flagrante delito. Além disso, pediu que o caso foi apurado com seriedade e pede que o caso seja acompanhado com respeito às pessoas envolvidas e às instituições públicas e religiosa.
O padre Luciano Lustosa foi conduzido à Delegacia após trocar a cor do cruzeiro da igreja. Segundo informações obtidas pelo ClickPB, a solicitação da mudança já havia sido feita desde o mês de julho, mas a prefeita Márcia Lucena (PSB) teria autorizado a troca da pintura do Cruzeiro, que é originalmente marrom, para azul. O religioso informou que o monumento pertencia a Paróquia e não a Prefeitura. Ele foi conduzido à delegacia de Alhandra pela Guarda Municipal.
Confira a nota
“A Arquidiocese da Paraíba acompanha com indignação o episódio ocorrido no último sábado, dia 03 de outubro, quando foi informada que um dos seus sacerdotes, o Padre Luciano Lustosa, administrador da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na cidade do Conde/PB, foi conduzido de forma coercitiva para a delegacia da cidade de Alhandra/PB. A Arquidiocese entende que se tratou de uma exposição desnecessária no contexto de um estado democrático de direito e respeito às garantias fundamentais do cidadão.
Causa-nos estranheza que um sacerdote seja abordado por agentes públicos sob a alegação de que teria cometido um crime de desobediência, sem que os mesmos tenham uma determinação judicial que justificasse tal ato ou diante de um flagrante delito. A Arquidiocese, através do seu Arcebispo Metropolitano e da Assessoria Jurídica, está acompanhando toda a repercussão deste episódio, tudo para que a verdade seja esclarecida.
À comunidade católica arquidiocesana, informamos que o Padre Luciano está sendo devidamente assistido de modo institucional, jurídico e espiritual. À sociedade paraibana, apresentamos o nosso desejo de que tudo seja resolvido com a licitude e lisura necessárias.
Reivindicamos que o caso seja acompanhado com o devido respeito às pessoas envolvidas e às instituições públicas e religiosa, que buscarão todos os meios para elucidar o caso, à luz da justiça, da democracia e da verdade, tudo a evitar qualquer espécie de abuso de autoridade posterior”.
João Pessoa, 07 de outubro de 2020
Nelson Oliveira Soares
Assessoria Jurídica
Newton Marcelo Paulino de Lima
Assessoria Jurídica
Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Por Clickpb
Com Politibola