Eleitores americanos votam antecipadamente em Staten Island, na cidade de Nova York, no dia 25 de outubro de 2020 — Foto: Andrew Kelly/Reuters
40 milhões votaram pelo correio e 19,4 milhões, presencialmente, aponta levantamento da Universidade da Flórida. Número equivale a 43,1% de todos os votos da eleição de 2016.
A oito dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, 59,4 milhões de americanos já votaram antecipadamente. Segundo o Projeto Eleições, da Universidade da Flórida, 40 milhões votaram pelo correio e 19,4 milhões, presencialmente.
O número equivale a 43,1% de todos os votos da eleição de 2016, quando o então candidato republicano, Donald Trump, derrotou a democrata Hillary Clinton.
Com o alto número de votos antecipados, especialistas preveem que um recorde de 150 milhões de votos pode ser batido e a taxa de participação na eleição pode ser a maior desde 1908.
Texas, Califórnia e Flórida são os estados com maior número de votos antecipados até o momento: 7,2 milhões, 6,5 milhões e 5,7 milhões, respectivamente. Os 7,2 milhões de votos antecipados no Texas já equivalem a 80% de todos os votos na eleição de 2016.
Uma das pessoas a votar antecipadamente foi o presidente dos EUA e candidato à reeleição, Donald Trump. O republicano votou na manhã de sábado (24) em uma biblioteca em West Palm Beach, na Flórida.
Usando máscara, Donald Trump vota antecipadamente em West Palm Beach, na Flórida, no sábado (24) — Foto: Tom Brenner/Reuters
Também no sábado, a cidade de Nova York registrou longas filas no primeiro dia de votação antecipada. Eleitores esperaram horas para votar, e imagens de filas gigantescas foram registradas em diversos pontos.
Eleitores americanos fazem fila para votar antecipadamente no Brooklyn, em Nova York, no sábado (24) — Foto: Jeenah Moon/Reuters
Diferentemente do Brasil, o voto não é obrigatório nos Estados Unidos. E os eleitores podem escolher seu candidato antes da data oficial da eleição, inclusive enviando o voto pelo correio.
Veja no vídeo abaixo como funciona a votação pelo correio nos EUA:
Como funciona a eleição americana
A eleição presidencial nos EUA funciona de maneira bastante peculiar e é definida pelo Colégio Eleitoral. Nesse sistema, cada estado ganha um peso, de acordo com o tamanho de sua população, e não necessariamente ganha quem recebe mais votos.
São 538 delegados divididos pelos 50 estados e o distrito de Columbia (onde fica a capital, Washington). O pequeno Vermont, por exemplo, tem apenas três delegados, enquanto a Califórnia, o estado mais populoso, tem 55.
A votação estadual funciona no sistema apelidado de “o vencedor leva tudo”: o candidato a presidente que vence em cada estado conquista o direito a todos os votos dos delegados, mesmo se a vitória for por uma margem pequena.
Assim, o candidato precisa de uma estratégia para vencer de estado em estado até chegar ao mínimo de 270 votos do Colégio Eleitoral e eleger-se presidente. Foi o que aconteceu em 2016: Trump teve menos votos que Hillary, mas conquistou 276 delegados e venceu a eleição.
É por isso que, por mais que o democrata Joe Biden apareça à frente de Trump em todas as pesquisas, é possível que o presidente americano consiga se reeleger mesmo perdendo novamente no total de votos nas urnas.
‘Estados pêndulo’
Na eleição americana, existem estados que são tradicionalmente republicanos e outros onde os democratas ganham sempre. É por isso que a disputa de verdade acontece nos “swing states” (estados pêndulo, em tradução livre), que variam entre os partidos a cada eleição.
Na eleição deste ano, Flórida e Pensilvânia são os principais “campos de batalha”, e as equipes de Biden e Trump apostam fortemente na campanha nesses locais. Caso um dos candidatos vença em ambos os estados, ficará muito perto de chegar aos 270 votos no Colégio Eleitoral.
Estados decisivos nas eleições presidenciais dos EUA — Mapa — Foto: Juliane Souza/G1
Além da Florida e da Pensilvânia, há três estados com características bem diferentes que valem um grande número de votos no Colégio Eleitoral e merecem atenção: Carolina do Norte, Ohio e Wisconsin.
Em 2016, Trump venceu nos três estados — inclusive em Wisconsin, onde um republicano não conquistava a maioria dos eleitores desde a vitória de Ronald Reagan, em 1984.
Politibola com informações do G1