Last updated on dezembro 28th, 2020 at 03:46 pm
Ruth Bader Ginsburg, mais antiga juíza e líder da ala liberal, morreu aos 87 anos por complicações de um câncer no pâncreas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em seu perfil no Twitter neste sábado (19) que considera uma “obrigação, sem demora”, a escolha de um novo juiz para a Suprema Corte dos Estados Unidos. O anúncio vem após a morte da mais antiga juíza e líder da ala liberal, Ruth Bader Ginsburg, na sexta-feira (18), aos 87 anos, por complicações de um câncer no pâncreas.
“Fomos colocados nesta posição de poder e importância para tomar decisões pelas pessoas que nos elegeram com tanto orgulho, a mais importante há muito tempo é considerada a escolha dos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos. Temos essa obrigação, sem demora!”
Nos EUA, os 9 juízes da Suprema Corte são nomeados de forma vitalícia, ou seja, ficam no cargo até o fim da vida.
Os juízes da Suprema Corte, os juízes do tribunal de apelações e os juízes dos tribunais distritais são nomeados pelo presidente dos Estados Unidos e confirmados pelo Senado, segundo a Constituição norte-americana.
Segundo a rede de notícias ABC News, citando fontes próximas ao Salão Oval, a lista de possíveis indicados para o assento na Corte inclui pelo menos uma representante mulher.
O líder dos senadores democratas, Chuck Schumer, já se pronunciou e disse que o assento de Ginsburg não deveria ser ocupado antes das eleições de novembro. Atualmente, sem a juíza, a Corte se mantém com cinco juízes conservadores e três liberais.
Já o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que a Casa vai apoiar a indicação de Trump para a vaga de Ginsburg. Ao ser informado da morte da juíza, Trump disse a jornalistas que lamentava sua morte e que, “concordando ou não”, ela foi uma “mulher maravilhosa que viveu uma vida maravilhosa”.
Segunda mulher a integrar a Suprema Corte
Juíza Ruth Bader Ginsburg faz o juramento durante sua posse na Suprema Corte após indicação do então presidente Bill Clinton em 1993 — Foto: Marcy Nighswander/AP/Arquivo
Ginsburg foi nomeada pelo ex-presidente democrata Bill Clinton em 1993 e se tornou a segunda mulher a integrar a Suprema Corte. Após a aposentadoria da juíza Sandra Day O’Connor, em 2006, Ginsburg se manteve como a única mulher na Corte até a indicação de Sonia Sotomayor em 2009 e Elena Kagan em 2010.
Na Suprema Corte, Ginsburg tinha a reputação de ser uma dura questionadora com tendência liberal. Marcada por decisões que enfrentavam a discriminação sexual, ela foi a responsável pela admissão de mulheres, em 1996, no Instituto Militar da Virgínia.
Durante a administração do presidente Barack Obama, alguns liberais insistiram com que Ginsburg renunciasse ao cargo. Isso para que o democrata pudesse nomear seu sucessor, mas ela rejeitou o pedido.
Por: G1
Reprodução: Politibola/Ailton Cavalcanti