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Após quase 40 anos foragido, o italiano Cesare Battisti é escoltado após descer de avião que o trouxe da Bolívia até Roma, na Itália. Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, ele foi condenado à prisão perpétua em 1993 por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970 — Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, Cesare Battisti anunciou nesta terça-feira (8) o início de uma greve de fome para protestar contra seu regime de encarceramento. Ele redigiu uma carta para tornar público o seu protesto.

Na carta, o condenado, que foi refugiado no Brasil até 2018, reclama que a administração penitenciária não responde a seus pedidos escritos e orais para “restabelecer a legalidade” de sua situação.

Confissão perante o juiz

Battisti foi refugiado na França por 15 anos e depois veio ao Brasil. Ele foi capturado em janeiro de 2019 na Bolívia, após cerca de 40 anos foragido. Na sequência, foi extraditado para a Itália.

Poucas semanas após seu encarceramento, reconheceu perante um juiz, pela primeira vez, sua responsabilidade pelos assassinatos.

Durante seu período na França entre 1990 a 2004, Cesare Battisti se beneficiou da proteção do presidente socialista da época, François Mitterrand, que se comprometeu a não extraditar nenhum militante de extrema esquerda que aceitasse renunciar à luta armada.

Em 2004, porém, o governo do presidente Jacques Chirac decidiu pôr fim à “jurisprudência Mitterrand” e extraditar Battisti. Ele então fugiu para o Brasil com uma identidade falsa e, conforme seu relato, com a ajuda do serviço secreto francês.

Por: France Presse
Reprodução: Politibola