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Pedro França/Agência Senado 

Nos últimos 12 meses, procurador-geral da República imprimiu um estilo centralizador e um discurso de críticas ao modelo de forças-tarefa

O procurador-geral da República, Augusto Aras, completa nesta sábado (26) um ano à frente do cargo em litígio com a força-tarefa da operação Lava Jato, que levou para a cadeia figuras influentes da política e da economia. Nos últimos 12 meses, ele imprimiu um estilo centralizador e um discurso de críticas ao modelo de forças-tarefa. Com isso, ganhou dos colegas do Ministério Público a pecha de linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro em frentes de batalhas políticas e familiares.

Numa delas, Aras se posicionou no STF (Supremo Tribunal Federal) favorável a derrubar uma ação contra o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente. Em outra, sinalizou, nos bastidores, que deve arquivar o inquérito que apura interferência de Bolsonaro na Polícia Federal – aberto pelo próprio procurador-geral após denúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. O silêncio de Bolsonaro em relação à guerra entre Aras e a Lava Jato ocorre em paralelo à aproximação do presidente com o bloco dos partidos do Centrão, alvo dos lavajatistas.

Aras e Bolsonaro mantêm relação direta, sem interlocutores, afirmam auxiliares de ambos, no Ministério Público Federal e no Palácio do Planalto. Em um exemplo dessa proximidade, recentemente o presidente tentou, sem sucesso, um contato com o procurador-geral, que estava fora de Brasília. Pediu, então, ao ex-deputado federal Alberto Fraga, também amigo de Aras, para localizá-lo. Fraga diz que entrou em contato com o procurador-geral para dar a informação, mas Aras já tinha falado com Bolsonaro. No ano passado, o ex-parlamentar ajudou na aproximação entre eles. Procurado para comentar esse caso e a relação entre o presidente e Aras, o Palácio Planalto não se pronunciou.