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Mustapha Adib, o primeiro-ministro do Líbano, em 31 de agosto de 2020 — Foto: Mohamed Azakir/Reuters
Por: G1
Acordo é um passo significativo para acabar com 17 anos de guerra no país.
As autoridades sudanesas assinaram nesta segunda-feira (31) um acordo de paz com os principais grupos rebeldes do país, em um passo significativo para acabar com 17 anos de guerra no país. A cerimônia aconteceu em Juba, capital do vizinho Sudão do Sul.
Os líderes civis e militares que compartilham o poder após a derrubada de Omar al-Bashir, em abril de 2019, dizem que o fim dos conflitos internos é a principal prioridade da transição. Bashir ocupou o poder por 30 anos, com a ajuda de militantes islâmicos, foi deposto após meses de protestos a favor da democracia no país.
O acordo oferece aos grupos rebeldes representação política, integração nas forças de segurança, direitos econômicos e acesso à terra, assim como a possibilidade de retorno para os deslocados pelos conflitos, de acordo com a Reuters.
O acordo foi assinado em duas etapas: uma com os movimentos que atuam na região do Darfur (oeste do país) e outra com rebeldes no centro-sul.
Entre os grupos rebeldes que assinaram o tratado estão: Movimento de Justiça e Igualdade (JEM) e Exército de Libertação do Sudão (SLA) de Minni Minawi, ambos da região oeste de Darfur, e o Movimento de Libertação do Povo do Sudão-Norte (SPLM-N) liderado por Malik Agar, que atuam no Kordofan do Sul e no Nilo Azul.
Foto de março de 2009 mostra mulheres do Sudão deslocadas após o conflito em Darfur que aguardam a consulta de médicos em uma maternidade da Cruz Vermelha — Foto: Zohra Bensemra/Reuters
O Kordofan do Sul e o Nilo Azul permaneceram no Sudão quando o Sudão do Sul se separou em 2011. As comunidades reclamaram da marginalização por parte do governo em Cartum.
O tratado é visto como um passo significativo para a restauração da paz no país embora dois grupos não participem: o Movimento de Libertação do Sudão (MLS), de Abdelwahid Nour, e o Movimento Popular de Libertação do Sudão do Norte (SPLA-N), de Abdelaziz al-Hilu.
Vários acordos de paz precedentes não foram aplicados, como o de 2006 assinado em Abuja, Nigéria, ou o de 2010 no Catar.