Last updated on dezembro 28th, 2020 at 03:46 pm
A dívida do país com o credor foi gerada após um acordo de ajuda financeira assinado em 2018, por Maurício Macri, que hoje é impagável
O governo da Argentina enviou uma carta ao FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta quarta-feira (26) para solicitar formalmente a abertura de negociações visando um novo acordo com a organização.
A carta foi enviada pelo ministro da Economia argentino, Martin Guzmán, e pelo presidente do Banco Central, Miguel Pesce, à diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, depois de uma longa conversa com o presidente do país, Alberto Fernández, de manhã.
Na carta, o governo disse que a Argentina enfrenta “grandes necessidades” em termos de balanço de pagamentos para o período 2021-2024, em sua maioria associadas ao pagamento da dívida ao FMI de cerca de US$ 44 bilhões.
“Neste contexto, solicitamos formalmente assistência financeira no âmbito de um programa com o Fundo Monetário Internacional, e convidamos a equipe para uma missão para iniciar as conversas”, diz a carta.
De acordo com o Ministério da Economia, durante a conversa com Georgieva, Fernández destacou a necessidade de que um novo acordo entre a Argentina e o FMI “respeite os objetivos da recuperação econômica e resolva os problemas sociais mais urgentes”.
“Um novo acordo que inclui um reescalonamento dos vencimentos da dívida com o FMI é um passo necessário para resolver a crise econômica à qual o país tem sido levado nos últimos anos e assim poder colocar e manter a Argentina em pé”, disse Guzman no Twitter.
Por sua vez, Pesce afirmou que “é necessário que o próximo programa (de ajuda do FMI) leve em conta a estabilidade, assim como o crescimento da economia, do crédito e do mercado de capitais local”.
A grande dívida da Argentina com o FMI foi gerada por um acordo de ajuda financeira assinado em 2018 pelo governo Maurício Macri com a organização.
O acordo, com metas fiscais difíceis, previa um total recorde de empréstimos de US$ 56,3 bilhões, dos quais cerca de US$ 44 bilhões já foram repassados, um valor que representa 13,5% da dívida total da Argentina e coloca o FMI como o maior credor externo do país.
O governo de Alberto Fernández já havia advertido que a Argentina não tem capacidade de pagar o FMI nos prazos estabelecidos.
Juan Ignacio Roncoroni/ EFE